domingo, 18 de agosto de 2019

105 KM que Conduzem à Realização de um Sonho


105 KM que Conduzem à Realização de um Sonho


Licia Maria Andrade de Carvalho Magalhães
(Mestranda em Crítica Cultural/UNEB, turma 2019.1)

Em 2004 concluí a graduação em Letras Vernáculas na UFBA e já acalentava o sonho de cursar um mestrado, pois já frequentava o grupo de pesquisa, coordenado pela Profa. Dra. Florentina Souza, “Etnicidades — História e Memória de Afrodescendência”, no qual pesquisei questões de identidade no compositor e cantor paraibano Chico César e depois a cidade de Salvador na obra contística do escritor baiano Aramis Ribeiro Costa. A pesquisa me encantou, me arrebatou, bem como as leituras para a composição do referencial teórico.

Tentei algumas vezes o ingresso no mestrado na UFBA e também na UNEB, mas não ingressei, parecia que o tempo, o Universo, me preparava para hoje estar no Pós-Crítica/UNEB, Campus II — Alagoinhas.

Em 2018 a Profa. Dra. Suely Messeder fez contato comigo convidando-me a participar do I Encontro de Produção, Gestão e Difusão do Conhecimento, como representante do Colégio Estadual de Monte Gordo, do qual era gestora. Conversei com as equipes gestora, docente e Grêmio Estudantil e todos aceitaram participar e o evento foi muito proveitoso.

Através deste contato e da realização desta atividade, a Professora Suely me convidou para frequentar as reuniões do Enlace — Núcleo de Pesquisa. Em contato com os membros do grupo e as discussões empreendidas, o sonho de cursar o mestrado foi reaceso.

Assim, num momento difícil, pois minha mãe idosa ficou doente e internada, sou a caçula de três filhos e única mulher, com o incentivo de Suely, de minha filha Maria Clara Magalhães, do meu filho Pedro Magalhães e de Fabiane Guimarães, colega do Enlace e aluna do Pós-Crítica, me inscrevi para participar da seleção deste Programa.

Durante todo o mês de outubro, enquanto minha mãe estava internada e eu de acompanhante, era produzindo o anteprojeto e estudando os textos indicados para a seleção. Isto me marcou muito positivamente, era o tudo ou o nada. O momento era aquele e não havia espaço na minha cabeça para pensar em trabalho, sou professora de Português no estado e no município de Camaçari, ou pensar no fato do curso ser ministrado em outra cidade. As atenções eram para minha mãe e para a seleção.

Foram cinco etapas, uma grande expectativa a cada resultado. A cada lista a ansiedade dobrava. Documentação, análise do anteprojeto, prova escrita, prova de língua estrangeira e entrevista. Ver meu nome na lista final foi uma felicidade indescritível, pois foi a realização de um sonho.

Fica para mim e digo para as outras pessoas, que sonhar vale a pena, pois em algum momento a realização acontece.

Hoje, cada encontro com docentes, com colegas, novos afetos, cada texto, discussões me dão a certeza de que vale muito a pena os 105 km percorridos semanalmente. Toda a preparação para a ida é motivada pela convicção de que escolhi o programa certo, pois fui aprovada também no ProfLetras/UFBA, e me dá uma grande satisfação pessoal.

Ser uma Crítica Cultural é estar com os sentidos aguçados para a percepção do mundo de forma mais lúcida e coerente, porém sem deixar a leveza, sem impedir o nascimento de novos sonhos e mais intensa para trilhar outros caminhos.

Toda a dedicação da equipe docente, da equipe administrativa me faz sentir no lugar certo. O tratamento dispensado por estas equipes nos faz sentirmos especiais e com o desejo de produzir e seguir adiante.

São 10 anos do Programa, parabenizo e desejo vida longa e que todos nós possamos fazer a diferença no meio acadêmico e nos outros meios que permeamos.


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