105 KM que Conduzem à Realização de um Sonho
Licia Maria Andrade de Carvalho Magalhães
(Mestranda em Crítica Cultural/UNEB, turma 2019.1)
Em 2004 concluí a
graduação em Letras Vernáculas na UFBA e já acalentava o sonho de cursar um mestrado,
pois já frequentava o grupo de pesquisa, coordenado pela Profa. Dra. Florentina
Souza, “Etnicidades — História e Memória de Afrodescendência”, no qual pesquisei
questões de identidade no compositor e cantor paraibano Chico César e depois a
cidade de Salvador na obra contística do escritor baiano Aramis Ribeiro Costa.
A pesquisa me encantou, me arrebatou, bem como as leituras para a composição do
referencial teórico.
Tentei algumas vezes o
ingresso no mestrado na UFBA e também na UNEB, mas não ingressei, parecia que o
tempo, o Universo, me preparava para hoje estar no Pós-Crítica/UNEB, Campus II —
Alagoinhas.
Em 2018 a Profa. Dra.
Suely Messeder fez contato comigo convidando-me a participar do I Encontro de
Produção, Gestão e Difusão do Conhecimento, como representante do Colégio
Estadual de Monte Gordo, do qual era gestora. Conversei com as equipes gestora,
docente e Grêmio Estudantil e todos aceitaram participar e o evento foi muito
proveitoso.
Através deste contato e
da realização desta atividade, a Professora Suely me convidou para frequentar
as reuniões do Enlace — Núcleo de Pesquisa. Em contato com os membros do grupo
e as discussões empreendidas, o sonho de cursar o mestrado foi reaceso.
Assim, num momento
difícil, pois minha mãe idosa ficou doente e internada, sou a caçula de três
filhos e única mulher, com o incentivo de Suely, de minha filha Maria Clara
Magalhães, do meu filho Pedro Magalhães e de Fabiane Guimarães, colega do
Enlace e aluna do Pós-Crítica, me inscrevi para participar da seleção deste
Programa.
Durante todo o mês de
outubro, enquanto minha mãe estava internada e eu de acompanhante, era
produzindo o anteprojeto e estudando os textos indicados para a seleção. Isto
me marcou muito positivamente, era o tudo ou o nada. O momento era aquele e não
havia espaço na minha cabeça para pensar em trabalho, sou professora de
Português no estado e no município de Camaçari, ou pensar no fato do curso ser
ministrado em outra cidade. As atenções eram para minha mãe e para a seleção.
Foram cinco etapas, uma
grande expectativa a cada resultado. A cada lista a ansiedade dobrava.
Documentação, análise do anteprojeto, prova escrita, prova de língua
estrangeira e entrevista. Ver meu nome na lista final foi uma felicidade indescritível,
pois foi a realização de um sonho.
Fica para mim e digo para
as outras pessoas, que sonhar vale a pena, pois em algum momento a realização
acontece.
Hoje, cada encontro com
docentes, com colegas, novos afetos, cada texto, discussões me dão a certeza de
que vale muito a pena os 105 km percorridos semanalmente. Toda a preparação
para a ida é motivada pela convicção de que escolhi o programa certo, pois fui
aprovada também no ProfLetras/UFBA, e me dá uma grande satisfação pessoal.
Ser uma Crítica Cultural
é estar com os sentidos aguçados para a percepção do mundo de forma mais lúcida
e coerente, porém sem deixar a leveza, sem impedir o nascimento de novos sonhos
e mais intensa para trilhar outros caminhos.
Toda a dedicação da
equipe docente, da equipe administrativa me faz sentir no lugar certo. O
tratamento dispensado por estas equipes nos faz sentirmos especiais e com o
desejo de produzir e seguir adiante.
São 10 anos do Programa,
parabenizo e desejo vida longa e que todos nós possamos fazer a diferença no
meio acadêmico e nos outros meios que permeamos.
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