Crítica Cultural é Potência
Taise Campos dos Santos Pinheiro de Souza
(Mestra em Crítica Cultural/UNEB)
Potência! Esta palavra traduz
bem o que o curso de Crítica Cultural significa para mim.
Potência de existir, resistir e
de criar…
Criar possibilidades, já que o
conhecimento, como aprendi, especialmente através da minha estimada orientadora
Jailma Moreira, acontece em meio ao devir, à ambivalência, à terceira margem do
rio…
Potência de resistir a
interdições e silenciamentos de seres e saberes, como os das escritoras negras,
sujeitos de pesquisas, produtoras de discursos…
E potência de existir na singularidade e na diversidade que há em cada
ser, que há em mim. No Crítica Cultural descobri a força, a capacidade que me
são companheiras, mas que, às vezes, se escondem em meio à timidez; entretanto, ela, a potência,
continua ali.
O Pós-Crítica me ensinou que não há paradigmas que não possam ser
questionados, desestabilizados. Que o conhecimento não é neutro, mas pode e
deve ser politizado.
Ser Crítica Cultural implica em se trabalhar no campo da discursividade
de forma produtiva, plurissignificativa, potencializando a literatura, a
cultura, as políticas, o texto, a vida e seus contextos, por meio de seus
signos e significantes, de suas múltiplas possibilidades de construção,
interpretação e ação.
O Pós-Crítica é rizomático,
tecido por pontos diferenciais que, apesar de suas singularidades, se tocam, se
entrelaçam, formando uma rede de múltiplas possibilidades discursivas e de
complexas, belas e intensas relações.
O Crítica Cultural abarca a
propriedade do deslocamento, do não fixo, por uma estrutura sempre em
movimento, que retalha e, ao mesmo tempo, costura em outros pontos, em
identidades e alteridades outras, pensando novas configurações sociais,
culturais que abarcam diferentes vozes, formas de subjetividades e modos de
produção.
O Crítica Cultural envolve a
politização de cada sujeito, de cada coletivo, a emancipação de existências que
constroem e reconstroem as malhas da sociedade e da cultura. O Crítica
Cultural, em si mesmo, é trabalho, é luta, é vida, é conhecimento, é potência
pura!